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22/06/11

ALENTEJO " DITOS DO POVO "


NA MALARRANHA
Os de Pavia
CHAMAM-LHES PATOS; PATOS BRAVOS; Quá, quá, cavam a terra com um ancinho.
Os da Malarranha, chamam cucos aos de Pavia.
E quando a luta está mais acesa, diz um velhote: uns fazem quá, quá, os outros respondem cu, cu.

Os de Monte Juntos são conhecidos por contrabandistas.

Diz-se também que a primeira vez que um autocarro foi a monte juntos, taparam-no com um cobertor, para não se constipar. Repare-se que algo de semelhante se diz em relação a cuba e reguengos de Monsaraz, sobre a viagem inaugural do comboio aquelas localidades do Alentejo.

Mora
Ditos: em Mora nem uma hora. Em cabeção nem um serão. Em Pavia nem um dia. És de Pavia, tens os dentes grandes, diziam os de Cabeção. Já estás como a Maria de Pavia, veio de manhã e ficou todo o dia

Mourão
Tem boa cara e ruim coração. Os de Mourão tem gaita na mão e os de Mourão comem carne de cão.

Os da Ourada têm barriga pelada.

Portel: cravoeros, estorrenhos, Vila Negra. Porteli, larga a peli. Em Porteli cada um com seu farneli.
A designação de Portel como Vila Negra é-lhes dado pelos habitantes de Alqueva que contra os portelense nutrem ou nutriam uma certa animosidade.
Administrativamente os alquevenses não queriam pertencer a Portel, queriam antes pertencer a Moura (há até uma estrada que eles diziam ser a “fronteira” entre Alqueva e Portel. Chamariam a Portel Vila Negra por antinomia, visto que os de Portel se arrogavam de Vila Branca. Ou seria antes porque Moura, da predilecção dos alquevenses, é que seria a Vila Branca, por ser a terra dos caleiros

Por carvoeiros eram também conhecidos os do Distrito de Portalegre, os habitantes de Casa Branca Sousel, e de Santa Eulália (Elvas).

No baixo Alentejo surge por vezes o apodo de pretos. Assim acontece em Selmes, Concelho Vidigueira, onde uma quadra popular reza.

Aldeia de Selmes
Com os seu carapetos,
Tirando os morgados,
Todos os mais são pretos

Segundo registos, é de notar que os naturais de Selmes ainda apresentam o tipo amulatado e os cabelos encarapinhados
Ditos e apodos do prof. Morais, David de









ILHAS DE ARRAIOLOS,

situam-se nos arrabaldes da vila. Aliás as próprias ilhas ainda se subdividem em Ilha de Cima ou Ilha da Boavista e Ilha de Baixo ou Ilha do Castelo.
Diz-se que quando há nevoeiro, as ilhas se destacam sobre a bruma, como ilhas num oceano.

Dantes, os Arraiolenses consideravam os ilhéus tão insignificantes que, quando alguém se lhes referia, eles contrapunham: - É da da ilha, ah, não é ninguém.

Os das ilhas são da cor do azete,
Quando vem à vila levam com o cacete.

As coisas também n eram muito pacificas entre os próprios ilhéus: havia um marco que separava as duas ilhas, e quando o rapazio de uma das ilhas, farfante, ultrapassava o o respectivo território era corrido à pedrada pelo rapaziada da outra ilha – e vice-versa.
No primeiro quartel do sec: XX, as desavenças eram muito frequentes, independentemente das idades dos habitantes. Assim, os das Ilhas de Baixo punham a cabeça em água aos habitantes das ilhas de cima, dizendo que eles esperavam o camboio de caras, e os da vila de cima brindavam os da vila baixo com patas rachadas.
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JEROMENHA, CONCELHO DO ALANDROAL

Os Ditos de antigamente:
 Quem vai a Jeromenha ou enrica ou emprenha.
Jeromenha, tem sido ao longo dos tempos, muito castigada pelas doenças. Esta encontra-se num pântano mais notável de todo o Distrito de Évora: terá cerca de 300 m de extensão e cerca de 80 m largo, é banhada pelas enchentes do rio Guadiana, e geralmente conhecido pelo nome de pego podre. Além deste existem outros mais pequenos que durante os calores estivais, exalam todo um cheiro fétido, que se sente a larga distância. Rezam as crónicas que na povoação de Jeromenha são endémicas as febres intermitentes e outras moléstias palúdicas, todas com tendência para tomarem carácter grave.
Os registo dizem também que nesta povoação não se encontrava um octogenário, diziam mesmo que termo médio de vida era de 20 anos, os numero de mortes era superior ao numero de nascimentos e a população estaria hoje extinta se não fossem os indivíduos que para ali se deslocaram de outras povoações. Em 1850 foram grandes os estragos na população. Recorde-se que, a erradicação da malária ou paludismo em Portugal só viria a ocorrer por volta de 1959.
A dada altura o governo ainda determinou a saída das tropas da vila, a única fonte de pretendentes à mão das donzelas da vila. Assim, mancebo de fora que ali se fixasse tinha a possibilidade de escolher “o melhor partido” entre as jovens casadoiras – logo, “enricava” e “emprenhava”.
O vocábulo “prenha” passou a estar associado na poesia popular da região, e que rezava assim:

Eu já ouvi cantar a poupa,
Lá nas vargens de Jeromenha,
Tenho cama e tenho roupa
E tenho a rapariga prenha 

2 comentários:

  1. Quer queiram quer não cultura é isto. Fiquei a conhecer um pouco do meu Alentejo de antigamente. Muitas das coisas aqui escritas me foram ditas pelos meus avós.
    Todas a localidades do Alentejo e não só, tem seus ditos.
    obrigado
    Serrano

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  2. Pode-me escrever aí também sobre a m/ terra, alcáçovas ????
    Miriam

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