E na noite perfumada
Segue o trilho do pastor
II
E ao brilhar a estrela-d’alva
Já no monte arde a fogueira
Queimando a esteva brava
E cepos secos de azinheira
IIIAo raiar da aurora
Ocupa o poiso o caçador
Pois o sol não demora
Em servir de batedor
IV
E quando altivo o sol avança
Já se espera no abrigo
Que a rola entre mansa
Na folha que deu o trigo
V
Mas, quem espera, desespera
Por nem uma rola ver
Na paisagem rude e bela
Onde Deus a fez nascer
VI
Entra a rola, suave e branda,
Parte o tiro do caçador
Mas nem uma pena arranca
O tão belo voador
VII
Na hora da açorda
Está triste o caçador
Pois não trinca rola gorda
É já fraco o seu fervor
VIII
À tarde depois da sesta
Juntando-se aos demais
Por detrás de uma giesta
Visa os gaios e os pardais
IX
Cai a tarde, serena e pura
Está desfeita a ilusão
Não há rolas na cintura
Nem chumbo no cinturão
X
E à noitinha com o chibato
Mas da arte erguendo o facho
A todos diz bem alto
As rolas foram para o tacho
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